Imagem do documentário "Um lugar ao sol", de Gabriel Mascaro |
A principal temática do documentário "Um lugar ao sol", de Gabriel Mascaro, é a desigualdade social. A abordagem de Mascaro chama a atenção por trazer um ponto de vista totalmente diferente do que a maioria das pessoas costumam ver, literalmente.
Com auxílio de um livro que cataloga a elite do Brasil, Mascaro conseguiu identificar 125 moradores de coberturas. Entretanto, apenas nove toparam participar do documentário. O trabalho mostra o ponto de vista de cada morador sobre como é viver em uma cobertura.
A desigualdade fica evidenciada em um discurso de uma moradora, que reside próximo ao Morro Dona Marta no Rio de Janeiro, sobre as trocas de tiros: "É lindo! A gente tem fogos quase que diariamente... meio trágico, mas muito bonito!". Inconscientemente a moradora protagonizou uma cena que pode ser descrita como parte da realidade do Brasil. Classes totalmente distintas vivendo lado a lado, onde os mais favorecidos simplesmente "assistem" ao espetáculo da problemática da violência e acham "lindo".
Os participantes veem a cidade como algo distante, e de fato é, não geograficamente, mas buscando distanciamento dos problemas urbanos. Não foi por acaso que escolheram morar em uma cobertura simplesmente pelo conforto e status, mas para fugir da violência e insegurança, ou até mesmo do barulho dos carros ou das panelas na cozinha como uma das entrevistadas relatou.
Sobre a busca por coberturas e o crescimento vertical, este processo de urbanização auxilia na organização das cidades mesmo dificultando a circulação do ar nos grandes centros urbanos e tomando o espaço das paisagens naturais.
Mascaro teve um olhar diferenciado sobre as desigualdades sociais entrevistando a elite do país, possibilitando conhecer um pouco sobre o pensamento dos brasileiros que estão dentro de um grupo restrito: O grupo daqueles que observam do alto o sofrimento das classes baixas dentro de um abismo social.
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